Este artigo tem como objetivo discutir sobre a volta das aulas presenciais em instituições de ensino, um assunto delicado, que gera discussão por parte de pais, professores e responsáveis por órgãos de educação nos âmbitos municipais, estaduais e federais.
Em Março de 2020 foi decretado no Brasil devido a pandemia do Covid-19 um “Lockdown”, regime de confinamento e restrição de atividades. Essa medida de emergência não agradou alguns setores da economia como o comércio e prestadores de serviços. O setor de eventos foi bem prejudicado também, ficando incerto o acontecimento de grandes festivais, como o Rock in Rio. O comércio conseguiu voltar com suas atividades, porém com a diminuição do horário de funcionamento e diversas restrições quanto a circulação e aglomeração de pessoas.
E as instituições de ensino públicas e particulares? Como lidaram com a pandemia do Coronavírus? Como lidaram com a restrição as aulas presenciais?
As instituições de ensino adotaram o modelo de aulas online, utilizando serviços como Google Meet, Zoom entre outros. As atividades são realizadas a distância, evitando assim qualquer tipo de contagio e transmissão da doença. Sem aulas presenciais. as escolas ficaram todo o ano de 2020 fechadas.
Já é hora das aulas presenciais voltarem a acontecer?
O tema vem sendo muito discutido entre pais, professores e pela comunidade em geral. Alguns alegam que escolas são um ambiente que permite a propagação do Coronavírus, outros alegam que já que praias, parques e ônibus estão sempre cheios, as escolas também podem voltar a ter aulas presenciais.
No estado de São Paulo chegou a ser divulgada uma data de retorno das aulas presenciais. Uma liminar na Justiça visava impedir esse retorno porém foi derrubada. Essa queda de braço entre o Estado e sindicatos de professores e funcionários de escolas deve durar muito ainda.
Claudia Costin, diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da FGV em entrevista ao Uol Educação comenta sobre a volta das aulas presenciais.
“Em lugares com curva muito acentuada, o correto é as escolas não estarem abertas, assim como nenhum outro setor, só os mais essenciais. O que não dá para acontecer é, quando começar a ter um controle da pandemia, outros setores serem abertos e as escolas não.”
Até a Unesco se manifestou sobre o assunto em seu perfil no Twitter
“No Brasil, os dados indicam uma média de 40 semanas de fechamento completo ou parcial. Em todo o mundo, cerca de 800 milhões de estudantes – ou seja, mais da metade da população estudantil – ainda enfrentam interrupções significativas em sua educação”.
Pais e responsáveis reagem de forma negativa a cada notícia de retorno das aulas presenciais. Alguns afirmam que não deixarão seus filhos retornarem a escola enquanto a pandemia não estiver sobre controle, mesmo que tenham que responder na justiça por isso. A atitude desses pais e responsáveis é compreensível, a situação é muito delicada, governantes e autoridades da educação devem pensar muito antes de qualquer decisão, mais de 200 mil vidas foram ceifadas no Brasil, medidas que promovam um aumento desse número de mortos devem ser evitadas.