O que é?
O Jejum intermitente consiste em uma prática de interromper a ingesta de alimentos por um período programado de horas todos os dias. Tem por objetivos principais perda de peso, e reeducação do hábito alimentar.
Realmente funciona?
Já existem trabalhos científicos o suficiente para sabermos que tem eficácia comprovada, não só para perda de peso mas também para manutenção e recuperação da saúde de modo geral. Além disso, pode servir para o tratamento de doenças como em obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares, cânceres entre outras doenças cerebrais.
6 vantagens pouco conhecidas:
1. Pode auxiliar no combate do câncer
Em modelos de estudo com animais, já se sabe há muitas décadas de que a restrição calórica pode auxiliar no tratamento de tumores. Contudo estudos mais recentes procuraram verificar a segurança na realização do jejum intermitente em paciente portadores de câncer. Observou-se que não só a prática é segura como pode favorecer na recuperação, inclusive em paciente realizando quimioterapia. Contudo estudos mais robustos precisam ser realizados para verificar eficácia a longo prazo.
2. Tem ações Anti-Aging (Retardo do Envelhecimento)
A restrição calórica nos estudos realizados com animais comprova o aumento da expectativa de vida com aumento de até 80% na média de anos vividos no grupo que realiza jejum. Mas, a depender do modelo de estudo utilizado, esse resultado não se repete.
Em humanos, intervenções de jejum intermitente demostraram melhorar a obesidade, resistência à insulina, colesterol alto, pressão alta e inflamação. Também existem evidências de outros benefícios diversos como melhora do estado psicológico e função cognitiva como descrito a seguir.
3. Melhora da performance cognitiva
Diversos estudos já demonstraram melhora da capacidade mental em animais e em seres humanos, entre os benefícios podemos destacar: aumento do desempenho na memória espacial, memória associativa, memória de trabalho e aprendizagem espacial. Também já foi observado melhor desenvolvimento de linguagem, inclusive em paciente na 3ª idade. Fato que pode futuramente incluir o jejum intermitente como ferramenta de combate à demência.
4. Combate doenças inflamatórias
Devido ao efeito anti-inflamatório do jejum alguns estudos já foram realizados com doenças crônicas como Asma, Esclerose Múltipla, Artrite Reumatóide e Osteoartrite. Todos eles indicaram possíveis benefícios na redução dos sintomas em curto prazo. Porém uma avaliação mais ampliada de longo prazo se faz necessária para poder incluir o jejum como arma terapêutica.
5. Em Pré Operatório
O jejum pré-operatório melhora os resultados de procedimentos cirúrgicos. Se realizado durante 2 semanas de pré-operatório melhora os resultados em pacientes submetidos à cirurgia de bypass gástrico. Tais achados sugerem que o jejum intermitente pré-operatório pode ser um método seguro e eficaz de melhorar resultados cirúrgicos.
6. Traumatismo craniano
Também existem evidências de benefícios para traumatismo craniano e lesões de medula espinhal. Ou seja, um potencial benefício na plasticidade neural.
Qualquer pessoa pode fazer o jejum intermitente?
Não, existem grupos específicos de pessoas que tem contraindicação de realizar o jejum intermitente devido potenciais riscos que podem ocorrer. Uma avaliação profissional antes de iniciar a prática é sempre recomendada para toda população porém algumas pessoas em específico não devem iniciar de forma alguma sem orientação médica.
Subgrupos com contraindicação
Gestantes e lactantes – Pode induzir desnutrição ao bebê nos períodos prologandos de jejum caso a gestante não faça da forma adequada, em geral se recomenda a comer com mais frequência durante a gestação para evitar possíveis restrições de crescimento nos bebês.
Crianças e adolescentes – Pode provocar retardo no crescimento devido alta demanda de energia durante o estirão de crescimento.
Pessoas com doenças crônicas – Avaliar cada caso individualmente, pois o jejum pode levar à uma piora do quadro a depender da patologia de origem. Por exemplo, em doenças crônicas que promovem desnutrição ou má absorção intestinal.
Referência:
Dr. Lucas Szoke Nahas CRM 163692